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sábado, 13 de outubro de 2007

O BRASIL PERDE O SENHOR DOS PALCOS !

SÃO PAULO - O ator Paulo Autran morreu por volta das 16h desta sexta-feira, aos 85 anos, em São Paulo, com complicações pulmonares e cardíacas. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês, onde ele estava internado desde quinta-feira. Segundo informações da assessoria de imprensa do hospital, o estado do ator, que foi internado por problemas intestinais, piorou durante a madrugada da sexta-feira.

Autran lutava contra um câncer de pulmão e um enfisema pulmonar havia um ano, sendo submetido a tratamento de rádio e quimioterapia. Por causa da doença, o ator, que fumava desde os 23 anos, foi internado diversas vezes. Apenas nos últimos 15 dias, foram duas internações.

O velório será realizado na Assembléia Legislativa de São Paulo a partir das 20h30. Autran era casado com a atriz Karin Rodrigues, com quem uniu os laços em 1999 após uma amizade de mais de 30 anos. Ele não tinha filhos.

"O Senhor dos Palcos"
Autran nasceu no Rio de Janeiro e mudou-se para São Paulo ainda criança. Em 1945, formou-se em Advocacia pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Foi um engravatado por cerca de sete anos até que seu talento artístico veio à tona em 1948, quando encenou "A Esquina Perigosa". Na época conheceu a amiga e atriz Tônia Carrero, que o levou para a companhia de seu marido Adolfo Celi.
A primeira estréia profissional de Autran foi em 1949 com "Um Deus Dormiu Lá Em Casa", de Guilherme Figueiredo, que logo de cara lhe rendeu cinco prêmios. Os dois também mantiveram por cinco anos uma companhia chamada Tônia-Celi-Autran, que contava com a participação da irmã de Tônia, Celi Carrero.
Após o sucesso da primeira peça, Autran resolveu largar a advocacia e passou a se dedicar exclusivamente a carreira artística. Ele atuou em filmes e telenovelas, mas sempre deu prioridade ao teatro, motivo pelo qual é conhecido como "O Senhor dos Palcos". Entre suas principais peças estão incluídas a primeira montagem de "My Fair Lady", "Otelo" e "Rei Lear", de Shakespeare e "Liberdade, Liberdade", de Millôr Fernandes.
Mesmo após 58 anos de carreira e 90 peças, Autran era incansável. Além do teatro e cinema, o ator tinha uma coluna na rádio BandNews FM, em que interpretava textos de renomados nomes da literatura em língua portuguesa, retomando a experiência que havia feito na década de 60. Em entrevista, concedida quando estava com 82 anos, ele admitia: “estou com atividades demais”, completando, porém, que gostava de fazer uma peça atrás da outra.
Quando o assunto era televisão, o ator não demonstrava o mesmo entusiasmo. “Meu próximo projeto para televisão é não fazer televisão (...) Fazer TV é muito chato”, afirmou. Autran dizia que o teatro dava a possibilidade de sempre trabalhar e experimentar um texto, seja mudando uma pausa ou modificando o ritmo dos diálogos, coisas impossíveis de se fazer nas novelas. “Quando você, por sorte, diz o texto inteiro, o diretor fica radiante e pronto, já que passar para a próxima cena”.
A última participação de Autran na TV foi uma ponta curtíssima na série "Um Só Coração" (2004). O ator fez apenas três novelas, "Pai Herói", "Guerra dos Sexos" e "Sassaricando", além da minissérie "Hilda Furacão".
Autran esteve recentemente nos cinemas de todo o Brasil no filme "O dia em que meus pais saíram de férias". O ator também participou de "Terra em transe", de Glauber Rocha, "É proibido beijar", "A máquina", entre outros. No teatro, a última peça foi "O Avarento", de Molière, que ficou em cartaz até poucas semanas de sua morte.
Para comemorar essa trajetória, o ator lançou, em 2005, a fotobiografia “Paulo Autran - Sem Comentários”. São 250 fotos dos principais momentos de seus trabalhos, escolhidos por ele mesmo. Além das fotos, o ator faz comentários sobre sua carreira e não poupa elogios e críticas a si mesmo.
Fonte: Segundo IG

GRANDE LÓGICA !

Quem alimenta o ódio,
atira fogo ao próprio coração
Quem sustenta o vício,
encarcera-se nele
Quem cultiva a ociosidade,
faz neve em torno de si
Quem se encoleriza,
é inquisidor da própria alma
Quem estima a censura,
lança pedras sobre si mesmo
Quem provoca situações difíceis,
aumenta os obstáculos em que se encontra
Quem se precipita no julgar,
é sempre analisado á pressa
Quem se especializa na identificação do mal,
dificilmente verá o bem
Quem não deseja suportar,
é incapaz de servir
Quem vive colecionando lamentações,
caminhará sob chuva de lágrimas

André Luis/Francisco Cândido Xavier