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sábado, 13 de dezembro de 2008

MUDE - CLARICE LINSPECTOR

Mude,
mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira,
no outro lugar da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair,
Procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,...

Ao mesmo tempo que ousava desvelar as profundezas de sua alma em seus escritos, Clarice Lispector costumava evitar declarações excessivamente íntimas nas entrevistas que concedia, tendo afirmado mais de uma vez que jamais escreveria uma autobiografia. Contudo, nas crônicas que publicou no Jornal do Brasil entre 1967 e 1973, deixou escapar de tempos em tempos confissões que, devidamente pinçadas, permitem compor um auto-retrato bastante acurado, ainda que parcial. Isto porque Clarice por inteiro só os verdadeiramente íntimos conheceram e, ainda assim, com detalhes ciosamente protegidos por zonas de sombra. A verdade é que a escritora, que reconhecia com espanto ser um mistério para si mesma, continuará sendo um mistério para seus admiradores, ainda que os textos confessionais aqui coligidos possibilitem reveladores vislumbres de sua densa personalidade. A descoberta do amor
“[...] Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um ambiente, por exemplo, em apreender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de precoce, estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo, aliás, atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais.Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos chamam de fatos da vida. Essa expressão se refere à relação profunda de amor entre um homem e uma mulher, da qual nascem os filhos. [...] Depois, com o decorrer de mais tempo, em vez de me sentir escandalizada pelo modo como uma mulher e um homem se unem, passei a achar esse modo de uma grande perfeição. E também de grande delicadeza. Já então eu me transformara numa mocinha alta, pensativa, rebelde, tudo misturado a bastante selvageria e muita timidez. Antes de me reconciliar com o processo da vida, no entanto, sofri muito, o que poderia ter sido evitado se um adulto responsável se tivesse encarregado de me contar como era o amor. [...] Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continuou intacto. Embora eu saiba que de uma planta brota uma flor, continuo surpreendida com os caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é por pudor apenas feminino.Pois juro que a vida é bonita.”Temperamento impulsivo
“Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”Lúcida em excesso
“Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise. Estou por assim dizer vendo claramente o vazio. E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior do que eu mesma, e não me alcanço. Além do quê: que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano — já me aconteceu antes. Pois sei que — em termos de nossa diária e permanente acomodação resignada à irrealidade — essa clareza de realidade é um risco. Apagai, pois, minha flama, Deus, porque ela não me serve para viver os dias. Ajudai-me a de novo consistir dos modos possíveis. Eu consisto, eu consisto, amém.”.Ideal de vida
“Um nome para o que eu sou, importa muito pouco. Importa o que eu gostaria de ser. O que eu gostaria de ser era uma lutadora. Quero dizer, uma pessoa que luta pelo bem dos outros. Isso desde pequena eu quis. Por que foi o destino me levando a escrever o que já escrevi, em vez de também desenvolver em mim a qualidade de lutadora que eu tinha? Em pequena, minha família por brincadeira chamava-me de ‘a protetora dos animais’. Porque bastava acusarem uma pessoa para eu imediatamente defendê-la. [...] No entanto, o que terminei sendo, e tão cedo? Terminei sendo uma pessoa que procura o que profundamente se sente e usa a palavra que o exprima.É pouco, é muito pouco.”Escritora, sim; intelectual, não “Outra coisa que não parece ser entendida pelos outros é quando me chamam de intelectual e eu digo que não sou. De novo, não se trata de modéstia e sim de uma realidade que nem de longe me fere. Ser intelectual é usar sobretudo a inteligência, o que eu não faço: uso é a intuição, o instinto. Ser intelectual é também ter cultura, e eu sou tão má leitora que agora já sem pudor, digo que não tenho mesmo cultura. Nem sequer li as obras importantes da humanidade. [...] Literata também não sou porque não tornei o fato de escrever livros ‘uma profissão’, nem uma ‘carreira’. Escrevi-os só quando espontaneamente me vieram, e só quando eu realmente quis. Sou uma amadora? O que sou então? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes percebe, sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo ininteligível e um mundo impalpável. Sobretudo uma pessoa cujo coração bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma coisa sobre a vida humana ou animal.”A síntese perfeita
“Sou tão misteriosa que não me entendo.”A certeza do divino
“Através de meus graves erros — que um dia eu talvez os possa mencionar sem me vangloriar deles — é que cheguei a poder amar. Até esta glorificação: eu amo o Nada. A consciência de minha permanente queda me leva ao amor do Nada. E desta queda é que começo a fazer minha vida. Com pedras ruins levanto o horror, e com horror eu amo. Não sei o que fazer de mim, já nascida, senão isto: Tu, Deus, que eu amo como quem cai no nada.”Viver e escrever
“Quando comecei a escrever, que desejava eu atingir? Queria escrever alguma coisa que fosse tranqüila e sem modas, alguma coisa como a lembrança de um alto monumento que parece mais alto porque é lembrança. Mas queria, de passagem, ter realmente tocado no monumento. Sinceramente não sei o que simbolizava para mim a palavra monumento. E terminei escrevendo coisas inteiramente diferentes.” “Não sei mais escrever, perdi o jeito. Mas já vi muita coisa no mundo. Uma delas, e não das menos dolorosas, é ter visto bocas se abrirem para dizer ou talvez apenas balbuciar, e simplesmente não conseguirem. Então eu quereria às vezes dizer o que elas não puderam falar. Não sei mais escrever, porém o fato literário tornou-se aos poucos tão desimportante para mim que não saber escrever talvez seja exatamente o que me salvará da literatura. O que é que se tornou importante para mim? No entanto, o que quer que seja, é através da literatura que poderá talvez se manifestar.” “Até hoje eu por assim dizer não sabia que se pode não escrever. Gradualmente, gradualmente até que de repente a descoberta tímida: quem sabe, também eu já poderia não escrever. Como é infinitamente mais ambicioso. É quase inalcançável”.A importância da maternidade “Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O ‘amar os outros’ é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca [...].”Viver plenamente
“Eu disse a uma amiga: — A vida sempre superexigiu de mim. Ela disse: — Mas lembre-se de que você também superexige da vida. Sim.”Um vislumbre do fim “Uma vez eu irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma dessa vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria. Meu corpo, esse serei obrigada a levar. Mas dir-lhe-ei antes: vem comigo, como única valise, segue-me como um cão. E irei à frente, sozinha, finalmente cega para os erros do mundo, até que talvez encontre no ar algum bólide que me rebente. Não é a violência que eu procuro, mas uma força ainda não classificada mas que nem por isso deixará de existir no mínimo silêncio que se locomove. Nesse instante há muito que o sangue já terá desaparecido. Não sei como explicar que, sem alma, sem espírito, e um corpo morto — serei ainda eu, horrivelmente esperta. Mas dois e dois são quatro e isso é o contrário de uma solução, é beco sem saída, puro problema enrodilhado em si. Para voltar de ‘dois e dois são quatro’ é preciso voltar, fingir saudade, encontrar o espírito entregue aos amigos, e dizer: como você engordou! Satisfeita até o gargalo pelos seres que mais amo. Estou morrendo meu espírito, sinto isso, sinto...”
Textos extraídos do livro Aprendendo a viver, Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2004.
Leia também Os mistérios de Clarice

2009 SERÁ MUITO CANSATIVO !


FERIADOS EM 2009

01/01/09 - quinta-feira - Confraternização Universal
23/02/09 - segunda-feira - Carnaval
24/02/09 - terça-feira - Carnaval
10/04/09 - sexta-feira - Paixão de Cristo
21/04/09 - terça-feira - Tiradentes
01/05/09 - sexta-feira - Dia do Trabalho
11/06/09 - quinta-feira - Corpus Christi
09/07/09 - quinta-feira - Revolução Constitucionalista (SP)
07/09/09 - segunda-feira - Independência do Brasil
12/10/09 - segunda-feira - Nossa Sra Aparecida - Padroeira do Brasil
02/11/09 - segunda-feira - Finados
15/11/09 - domingo - Proclamação da República
20/11/09 - sexta-feira - Zumbi/Consciênciência Negra
25/12/09 - sexta-feira - Natal

Ao todo serão:
8 Feriados na Seg/Sex
5 Feriados na Ter/Qui Total:
13 Feriados (em dias úteis)Se somarmos aos feriados (sábados/domingos e enforcarmos quando cair na ter/qui, teremos 44 dias de feriadões!)
O ano tem 365 dias, são 52 semanas, portanto 104 dias de descanso , você tem mais 30 dias de férias, são 13 feriados em 2009, "enforcando" somamos mais 5 dias, assim iremos trabalhar somente:
365 - (104+30+13+05) = 213 dias
Isso significa que trabalharemos só 58,35% do ano , ou 1.704 horas das 8.760 horas que tem 01 ano, ou seja nós trabalhamos somente 19,45% das horas do ano.

It's BRASIL People !

CUIDE-SE, AIDS AINDA MATA ...

BISCOITOS DE NATAL


Ingredientes:

1 lata de leite condensado
200g de manteiga sem sal
2 gemas
2 xícaras e meia de farinha de trigo
Raspas de 1 limão
200g de frutas cristalizadas
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 colher (chá) de essência de baunilha
1 pitada de sal2 xícaras de açúcar confeiteiro
Granulados e enfeites coloridos
Modo de Preparo:
1 - Comece batendo na batedeira as gemas com a manteiga que já deve estar derretida para facilitar o trabalho.
2 - Sem parar de bater, apenas diminua a velocidade da batedeira, acrescente o leite condensado. Deixei bater por alguns minutos até obter um creme claro.
3 - Desligue a batedeira. Acrescente a essência de baunilha, as raspas de limão e a pitada de sal . Misture.
4 - Entram a farinha de trigo peneirada junto com o bicarbonato de sódio. Mexa bem com uma colher até formar uma massa homogênea e adicione as frutas cristalizadas.

5 - Unte e enfarinhe uma assadeira grande, ou mais fôrmas, depende do tamanho. Pegue uma colherada de massa e, com a ajuda de outra colher (chá), largue a massa na fôrma. Vão ser bolinhas de massa que, no forno, se transformarão em biscoitos. Rende, em média, 50 biscoitos.
6 - Leve ao forno preaquecido por 20 minutos. Forno médio.

7 - Espere esfriar. Para a cobertura misture o açúcar confeiteiro com 5 colheres, aproximadamente, de água. É preciso mexer e ir colocando a água aos poucos até formar uma pasta branca. Espalhe um pouco desta pasta em cima de cada biscoito e enfeite com os granulados coloridos. Deixe secar e sirva. Você também pode arrumar os biscoitos em potes de vidro enfeitados e presentear quem você gosta no Natal.

MORTE LENTA - Isabella Benício



És hábil com teu punhal.
Sabes da beleza e do perigo
Que a ele são inerentes.
Enquanto com sua ponta
Escreves poemas de amor,
Sabes que com seu fio
Matas as almas que te lêem.
És mestre na arte de apunhalar.
E eu,
Ingenuamente,
Enquanto leio tuas palavras,
Deixo-me matar por ti.
E assim morro,
Doce e dolorosamente,
Cruelmente,
Um pouco a cada dia.


CARREGADOR A ENERGIA SOLAR

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Via Chip Chick.

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